momentos e deriva

Sorry, haters é um filme cruel por que inverte os sinais do terror. Poderia me guardar atrás do cinismo previsível e afirmar que nada, nada mais me apavora, mas não é isso que me contam meus próprios sonhos, eu que não consegui durante todo o dia me afastar da atmosfera de desolação. Impotência (ou um outro nome que o valha) deveria ser a tradução brasileira para o título do filme de Jeff Stanzler, mas isso sequer atrairia o olhar em prateleiras de lojas obsoletas de alugar filmes. Assim, deram-lhe um nome óbvio mas mentiroso: esperança e preconceito. Não há nada disso ali, esperar e prejulgar são verbos para quem ignora ou idealiza o mundo, as histórias de Stanzler não contém tais personagens. Duvido se consegue ser uma ficção, muito embora seja uma narrativa contundente sobre micropolíticas. Não há mais arte possível, não há cápsula digital ou muralha, só a falha que acolhe os que têm medo, muito medo. A esses nenhum mundo dá abrigo, nem a aniquilação de uma guerra real os consola. Não há festa, nem a entrega de um beijo ou andar a esmo que os faça redimidos. Não há lugares para onde voltar, é por isso que parei de sentir saudade.

Comments

Anonymous said…
engraçado, mas ler isso deu uma saudade de você...
Anonymous said…
imitão!!!!hahahaha

Popular Posts