sobre as cicatrizes
aprendi a deixar que os livros gastem-se. Pesados de po, do limo do tempo, os bichos minusculos que moravam comigo na casa branca. eu vim-me embora, um mes depois trouxe os livros comigo, todos, os insetos nao, que minha alma merecia algum alivio. olho cuidadosamente as cicatrizes que repousam sobre suas peles, esses livros viajaram demais - de caminhao, de aviao, de sherbrooke as alterosas, e finalmente ao pedestal da cruz no alto de um morro. agora eles estao mais gastos, carregam meus olhos gravados. estou em paz, a um passo. dei adeus a alguma solenidade, e leio-os - avida.
Comments
relógios de texto. muito bem dito. tenho contado páginas que nunca se acrescentam, que parecem ter a incrível capacidade de se anularem a medida em que vão sendo escritas. o tempo corre e a dissertação que, não vislumbra nunca o ponto nem a página final, não tem me deixado muita energia para derivas nestes espaços outros. mas não o abandonei, estou lá. como também, sempre que posso, por aqui.
de resto, que dizer? fiquei imensamente feliz com seu comentário. bom ano para você também. o ato fotográfico...é um bom livro. beijos.
http://samuelleumas.blogspot.com/
pus tudo lah.. trouxe os antigos pra dah um cheirinho de poeira e eu tossir =)