isaac bashevis singer, II

tenho resistido. a princípio, um esforço tênue. e leio de novo, sem conseguir terminar, aquele livro amargo de i.b. singer. ontem nem fazia esse céu glorioso de maio-em-abril, e eu calma feito um mar profundo. horas depois, a amargura do texto me alcançou, tranquilidade coisíssima nenhuma, não há azul que me redima. é que não pode alguém narrar daquele jeito o amor, ninguém tem licença pra isso, não é sofrimento o que está ali, é um esvaziamento incrédulo, de quem precisa retalhar em partes, deixar decompor e desprezar para depois se despedir. o que era sublime em inimigos: uma história de amor, nesse sombras sobre o hudson é uma estupidez. ele devia ter narrado outras coisas, a dor sem filtro, não a feito travestir-se de desilusão ou indiferença. preciso acabar de ler, preciso esperar, preciso não pensar, preciso. o esforço, de tênue, vai chegar a insuportável, me conheço. vou escrever, mas nem quero estar por perto quando terminar esse texto.

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